sexta-feira, 3 de outubro de 2014

CONCORDÂNCIA VERBAL

EXERCÍCIOS -  CONCORDÂNCIA VERBAL – 4º bimestre - 2014
1). ...................... havido dúvidas sobre a capacidade do sistema de saúde cubano. (tem, têm)
2) .................... sido levantadas dúvidas sobre a capacidade do sistema de saúde cubano. . (tem, têm)
3)Será que o sistema de saúde cubano ................. suscitado dúvidas sobre sua eficácia? . (tem, têm)
4)Que dúvidas ...................propalado os adversários de Cuba sobre seu sistema de saúde? . (tem, têm)
5)A quantas dúvidas.............. dado margem o sistema de saúde de Cuba? . (tem, têm)
6)Não se .................... aos adolescentes de hoje a exclusiva responsabilidade pelo fato, lastimável, de aspirarem a tão pouco. (impute imputem)
7)A presença maciça, em nossas telas, de tantas ficções, não nos .................... fazer crer que sejamos capazes de sonhar mais do que as gerações passadas. (deve , devem)
8) Se aos jovens de hoje .........................sonhar no ritmo das ficções projetadas em nossas telas, múltiplos e ágeis devaneios se processariam. (coubesse, coubessem)
9)......................... como versões melhoradas da nossa vida acomodada de hoje o vestígio dos nossos sonhos de ontem. (Ficou, Ficaram)
10) Ao pretender que se ..........................os estudantes para as exigências do mercado de trabalho, o professor de nossas escolas impede-os de sonhar. (mobilize, mobilizem)
11) Para que não ......................o sonho de um jovem, as imposições do mercado de trabalho devem ter sua importância relativizada.(restrinja, restrinjam)
12)Seria essencial que nunca ........................aos adolescentes, mesmo em nossos dias pragmáticos, a liberdade inclusa nos sonhos. (faltasse, faltassem
13)Entre as duas hipóteses que ............................, considera o autor que o elemento comum é redução da capacidade de sonhar.(examinou, examinaram)
14)Não se .................................às escolas a missão exclusiva de preparar os jovens para sua inserção no mercado de trabalho. (delega, delegam)
15)É pena que ...............................aos jovens a referência dos sonhos que seus pais já tenham alimentado em sua época de adolescentes. (falte, faltem)
16)........................................ a picos de tensão ou raios ocasionais a causa de muita perda de informações, que se julgavam preservadas numa memória eletrônica. (atribui-se, atribuem-se)
17)Diferentemente do que ocorre com livros muito antigos, que se vêm revelando muito resistentes, os de hoje ........................................... do uso constante. (ressente-se, ressentem-se)
18) Caso ........................................ de haver as grandes bibliotecas de hoje, é possível que os homens do futuro não pudessem interpretar plenamente a nossa cultura. (deixasse, deixassem)
19)Confia-se a um suporte eletrônico incontáveis informações, mas não se ........................... avaliar com segurança quanto tempo permanecerão disponíveis. (pode, podem)

20) Ainda que só ..................................  a restar da nossa época algumas boas bibliotecas, elas serão suficientes para dar notícia do que pensamos e criamos. (venha, venham)

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

ENEM - QUESTÕES - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS






quinta-feira, 17 de abril de 2014

Filme completo Memórias póstumas de Brás Cubas

Filme. Memórias póstumas de Brás Cubas.                                                                                                     Clique e bom filme.....

sábado, 12 de abril de 2014

A UM BRUXO, COM AMOR

Machado de Assis - O bruxo do cosme velho
  A UM BRUXO, COM AMOR          
Em certa casa da Rua Cosme Velho
(que se abre no vazio)
venho visitar-te; e me recebes
na sala trajestada com simplicidade
onde pensamentos idos e vividos
perdem o amarelo
de novo interrogando o céu e a noite.
Outros leram da vida um capítulo, tu leste o livro inteiro.
Daí esse cansaço nos gestos e, filtrada,
uma luz que não vem de parte alguma
pois todos os castiçais
estão apagados.
Contas a meia voz
maneiras de amar e de compor os ministérios
e deitá-los abaixo, entre malinas
e bruxelas.
Conheces a fundo
a geologia moral dos Lobo Neves
e essa espécie de olhos derramados
que não foram feitos para ciumentos.
E ficas mirando o ratinho meio cadáver
com a polida, minuciosa curiosidade
de quem saboreia por tabela
o prazer de Fortunato, vivisseccionista amador.
Olhas para a guerra, o murro, a facada
como para uma simples quebra da monotonia universal
e tens no rosto antigo
uma expressão a que não acho nome certo
(das sensações do mundo a mais sutil):
volúpia do aborrecimento?
ou, grande lascivo, do nada?
O vento que rola do Silvestre leva o diálogo,
e o mesmo som do relógio, lento, igual e seco,
tal um pigarro que parece vir do tempo da Stoltz e do gabinete Paraná,
mostra que os homens morreram.
A terra está nua deles.
Contudo, em longe recanto,
a ramagem começa a sussurrar alguma coisa
que não se estende logo
a parece a canção das manhãs novas.
Bem a distingo, ronda clara:
É Flora,
com olhos dotados de um mover particular
ente mavioso e pensativo;
Marcela, a rir com expressão cândida (e outra coisa);
Virgília,
cujos olhos dão a sensação singular de luz úmida;
Mariana, que os tem redondos e namorados;
e Sancha, de olhos intimativos;
e os grandes, de Capitu, abertos como a vaga do mar lá fora,
o mar que fala a mesma linguagem
obscura e nova de D. Severina
e das chinelinhas de alcova de Conceição.
A todas decifrastes íris e braços
e delas disseste a razão última e refolhada
moça, flor mulher flor
canção de mulher nova…
E ao pé dessa música dissimulas (ou insinuas, quem sabe)
o turvo grunhir dos porcos, troça concentrada e filosófica
entre loucos que riem de ser loucos
e os que vão à Rua da Misericórdia e não a encontram.
O eflúvio da manhã,
quem o pede ao crepúsculo da tarde?
Uma presença, o clarineta,
vai pé ante pé procurar o remédio,
mas haverá remédio para existir
senão existir?
E, para os dias mais ásperos, além
da cocaína moral dos bons livros?
Que crime cometemos além de viver
e porventura o de amar
não se sabe a quem, mas amar?
Todos os cemitérios se parecem,
e não pousas em nenhum deles, mas onde a dúvida
apalpa o mármore da verdade, a descobrir
a fenda necessária;
onde o diabo joga dama com o destino,
estás sempre aí, bruxo alusivo e zombeteiro,
que resolves em mim tantos enigmas.
Um som remoto e brando
rompe em meio a embriões e ruínas,
eternas exéquias e aleluias eternas,
e chega ao despistamento de teu pencenê.
O estribeiro Oblivion
bate à porta e chama ao espetáculo
promovido para divertir o planeta Saturno.
Dás volta à chave,
envolves-te na capa,
e qual novo Ariel, sem mais resposta,
sais pela janela, dissolves-te no ar.

Poema A um bruxo, com amor, escrito por Carlos Drummond de Andrade para homenagear Machado de Assis.

Rua Cosme Velho - rua onde morou Machado de Assis, situada no bairro do mesmo nome.
trastejada - mobiliada.

terça-feira, 18 de março de 2014

CONTEXTO; RESUMO: memórias póstumas de Brás Cubas, e NARRADOR; ESTILO DE MACHADO DE ASSIS


Contexto Histórico

  • Surgiu a partir da segunda metade do século XIX.
  • As ideias do Liberalismo e Democracia ganham mais espaço.
  • As ciências evoluem e os métodos de experimentação e observação da realidade passam a ser vistos como os únicos capazes de explicar o mundo físico.
  • Em 1870, iniciam-se os primeiros sintomas da agitação cultural, sobretudo nas academias de Recife, SP, Bahia e RJ, devido aos seus contatos freqüentes com as grandes cidades europeias.
  • Houve também uma transformação no aspecto social com o surgimento da população urbana, a desigualdade econômica e o aparecimento do proletariado.
NARRADOR
1a pessoa
 “defundo autor” 
 pressunção, egocentrismo 
 instabilidade, volubilidade 
  niilismo: pessimismo acentuado

Personagens 
A família
  irmã Sabina: disputa de herança 
 cunhado Cotrim: falta de escrúpulos da elite
 As mulheres Marcela: prostituta de luxo
                      Eugênia: pobre, coxa 
                      Virgília: amante 
                      Nhã-Loló: pretendente
 Escravos e dependentes Prudêncio: de oprimido a opressor 
                                          D. Plácida: marginalização do trabalho

SÍNTESE - RESUMO
Publicado em folhetim em 1880, na Revista Brasileira, e editado em livro no ano seguinte, Memórias póstumas de Brás é a autobiografia da personagem Brás Cubas, que, depois de morto, resolve escrever  suas memórias. Intitulando-se "defunto-autor", Brás Cubas propõe-se a fazer a retrospectiva de sua vida, o que realiza com o distanciamento crítico e irônico de quem já não se prende às convenções sociais.    
                 Assim, entre os fatos narrados, destacam-se: os amores juvenis de Brás Cubas por Marcela, uma mulher vulgar a quem ele amou e por quem foi amado durante "quinze meses e onze contos de réis", suas aspirações à vida literária e política; sua amizade com o filósofo Quincas Borba; o caso com Virgília - de quem quase se tornou marido, num casamento arranjado, e de quem mais tarde se tornaria amante; o casamento de Vigília com seu rival Lobo Neves.

ESTILO DE MACHADO DE ASSIS
          A escrita de Machado de Assis tem um estilo bastante peculiar, marcado pela erudição e pela ironia. Assim, o escritor refere-se frequentemente a passagens de obras clássicas, das quais era um leitor sistemático, adaptando-as para as situações de seus personagens e narrativas.
         A ironia fina presente nos textos, capaz de estabelecer ambiguidades e impasses que não se solucionam, causa um efeito de distanciamento em relação aos fatos narrados. Mas, ao contrário do que possa sugerir, essa postura distanciada não deve ser entendida como imparcial. Ao contrário, o distanciamento irônico que caracteriza o discurso de muitos dos narradores criados pelo autor favorece o estabelecimento de um ponto de vista crítico, corrosivo, que questiona a realidade e aponta as suas contradições.
         O ritmo fragmentado das narrativas e as constantes digressões dos narradores, que muitas vezes se desviam do assunto que estavam abordando para fazer esclarecimento ou críticas, exigem uma leitura atenta e levam o leitor a uma reflexão mais cuidadosa sobre a matéria narrada.

MACHADO DE ASSIS - BIOGRAFIA

BIOGRAFIA
Joaquim Maria Machado de Assis é considerado um dos mais importantes escritores da literatura brasileira. Nasceu no Rio de Janeiro em 21/6/1839, filho de uma família muito pobre. Mulato e vítima de preconceito, perdeu na infância sua mãe e foi criado pela madrasta. Superou todas as dificuldades da época e tornou-se um grande escritor.
Na infância, estudou numa escola pública durante o primário e aprendeu francês e latim. Trabalhou como aprendiz de tipógrafo, foi revisor e funcionário público.
Publicou seu primeiro poema intitulado Ela, na revista Marmota Fluminense. Trabalhou como colaborador de algumas revistas e jornais do Rio de Janeiro. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de letras e seu primeiro presidente.
Podemos dividir as obras de Machado de Assis em duas fases: Na primeira fase (fase romântica) os personagens de suas obras possuem características românticas, sendo o amor e os relacionamentos amorosos os principais temas de seus livros. Desta fase podemos destacar as seguintes obras: Ressurreição (1872), seu primeiro livro, A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878).
Na Segunda Fase ( fase realista ), Machado de Assis abre espaços para as questões psicológicas dos personagens. É a fase em que o autor retrata muito bem as características do realismo literário. Machado de Assis faz uma análise profunda e realista do ser humano, destacando suas vontades, necessidades, defeitos e qualidades. Nesta fase destaca-se as seguintes obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900) e Memorial de Aires (1908).
Machado de Assis também escreveu contos, tais como: Missa do Galo, O Espelho e O Alienista. Escreveu diversos poemas, crônicas sobre o cotidiano, peças de teatro, críticas literárias e teatrais.

Machado de Assis morreu de câncer, em sua cidade natal, no ano de 1908.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Romances de folhetim

Romances de folhetim   


Estas histórias de leitura rápida eram publicadas todos os dias nos jornais em    espaços determinados e destinados ao entretenimento, era o Folhetim, gênero importado da França, e que com o gradual desenvolvimento das cidades, em especial o Rio de Janeiro, ocasionou a criação de inúmeros jornais diários, encontrou amplo espaço de publicação na capital do Império, e no interior do país.
         A leitura das publicações de romances de folhetim e muitos outros costumes influenciaram de uma maneira marcante a formação da identidade nacional brasileira, que assimilava os modelos europeus e os adaptava ao nosso cotidiano, em um momento de construção do estilo de vida que estava sendo adotado pelo povo brasileiro.
        Nos primeiros momentos  do  romantismo , os termos folhetim e romance chegaram a se identificar, eram praticamente sinônimos. Ao longo do século 19, esses conceitos viriam a conhecer a separação, passando o romance a designar a narrativa de maior complexidade na forma e no conteúdo. Quanto ao folhetim, tornou-se o nome das narrativas cuja essência consiste no enredo passional, de muitas peripécias para entreter o leitor.

         No gênero folhetinesco cabem múltiplas opções de enredo, de assuntos frívolos aos mais sérios, de assuntos que são o tema de conversas particulares aos acontecimentos que interessavam a história, oferecendo aos seus autores infindáveis possibilidades de tramas, para ilustrar as publicações com a realidade do ser humano: traições, trocas de identidades, infidelidades, violência, o amor, o incesto, a loucura, o desejo, a miséria e as inquietações da alma humana.
       Levando-se em conta o grande poder de influência que o folhetim passa ter, é bom realçar a importância de seu caráter didático, pois a cada dia aumentava consideravelmente o número de leitores, em sua maioria mulheres, que não tinham acesso a outros tipos de literatura, e foram influenciadas e “formadas” pelas ideologias disseminadas nos enredos dos folhetins, e principalmente pela personalidade e atitudes dos heróis, heroínas, vilões e outros lançadores de modos e modas desta ficção narrativa em prosa publicada aos pedaços no jornal cotidiano.

fonte de pesquisa
Ana Lúcia Silva Resende de Andrade Reis (Mestranda em Letras – UFSJ) e Profª Drª Claudia Braga (Orientadora)




Manuel Antônio de Almeida

BIOGRAFIA

Manuel Antônio de Almeida, jornalista, cronista, romancista, crítico literário, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 17 de novembro de 1830, e faleceu em Macaé, RJ, em 28 de novembro de 1861. É o patrono da Cadeira n. 28, por escolha do fundador Inglês de Sousa.

Era filho do tenente Antônio de Almeida e de Josefina Maria de Almeida. Órfão de pai aos 11 anos, pouco se sabe dos seus estudos elementares e preparatórios; aprovado em 1848 nas matérias necessárias ao ingresso na Faculdade de Medicina, cursou o 1º ano em 49 e só concluiu o curso em 1855. As dificuldades financeiras o levaram ao jornalismo e às letras. De junho de 1852 a julho de 1853 publicou, anonimamente e aos poucos, os folhetins que compõem as Memórias de um sargento de milícias, reunidas em livro em 1854 (1º volume) e 1855 (2º volume) com o pseudônimo de "Um Brasileiro". O seu nome apareceu apenas na 3a edição, já póstuma, em 1863. Da mesma época data ainda a peça Dois amores e a composição de versos esparsos.

Em 1858 foi nomeado Administrador da Tipografia Nacional, quando encontrou Machado de Assis, que lá trabalhava como aprendiz de tipógrafo. Em 59, foi nomeado 2º oficial da Secretaria da Fazenda e, em 1861, desejou candidatar-se à Assembleia Provincial do Rio de Janeiro. Dirigia-se a Campos, para iniciar as consultas  eleitorais, quando morreu no naufrágio do navio Hermes, próximo a Macaé.


Além do romance, publicou a tese de doutoramento em Medicina e um libreto de ópera. A sua produção jornalística-crônicas, críticas literárias - permanece dispersa. O seu livro teve grande êxito de público, embora a crítica só mais tarde viesse a compreendê-lo devidamente, reservando-lhe um lugar de relevo na literatura, como o primeiro romance urbano brasileiro. Escrito em 1852, em plena voga do Romantismo, retrata a vida do Rio de Janeiro no início do século XIX, época da presença da corte portuguesa no Brasil, entre 1808 e 1821. É um romance de cunho realista, sem os artifícios com que a técnica romântica fantasiava, deformava, embelezava ou idealizava a realidade. A crítica mais recente aponta como influência mais positiva em sua elaboração e no seu personagem protagonista o romance picaresco e romance de costumes  espanhol.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

ANÁLISE - MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS


Análise literária da prosa romântica brasileira - MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS

 A - Roteiro mínimo de leitura

1- Biografia
    Situar o autor no tempo, dar um rápído painel de suas mais importantes produções.

2- Resumo do enredo
    Sintetizar os principais acontecimentos da obra.

3- Personagens
    Verificar se as personagens sofrem mudanças e são aprofundadas psicologicamente ( personagens esféricas), ou se são imutáveis e seu tratamento é superficial e exterior (personagens planas ); ou ainda se delas se destacam apenas traços gerais e comuns ao grupo a que pertencem, como a fofoqueira, o padre, a beata, a comadre, etc(tipo)

4- Tempo
   Observar a presença dos tempos cronológico ( do relógio ) ou psicológico ( tempo interior, da construção) e a importância deles para a construção da sequência narrativa e das personagens.

5- Espaço
    Observar o espaço físico ou geográfico ( meio ambiente ) quanto o espaço social em que atuam (meio social) e até que ponto o espaço influencia ou condiciona a ação das personagens.

B - QUESTÕES

1- Sob que  ponto de vista é feita a narração: em 1ª ou 3ª pessoa? Por que, então, é usado o termo memórias no nome da obra?
     Apesar do título de “memórias”, o romance não é narrado pelo personagem Leonardo, e sim por um narrador onisciente em terceira pessoa, que tece comentários e digressões no desenrolar dos acontecimentos. O termo “memórias” refere-se à evocação de um tempo passado, reconstruído por meio das histórias por que passa o personagem Leonardo.

2- O romance foi publicado semanalmente na imprensa carioca entre 1852 e 1853. Pesquise:    O que caracteriza formalmente o folhetim? Pode-se dizer que Memórias de um sargento   de milícias é um romance folhetinesco? Por quê?
Estas histórias de leitura rápida eram publicadas todos os dias nos jornais em    espaços determinados e destinados ao entretenimento, era o Folhetim, gênero importado da França, e que com o gradual desenvolvimento das cidades, em especial o Rio de Janeiro, ocasionou a criação de inúmeros jornais diários, encontrou amplo espaço de publicação na capital do Império, e no interior do país.
         A leitura das publicações de romances de folhetim e muitos outros costumes influenciaram de uma maneira marcante a formação da identidade nacional brasileira, que assimilava os modelos europeus e os adaptava ao nosso cotidiano, em um momento de construção do estilo de vida que estava sendo adotado pelo povo brasileiro.
        Nos primeiros momentos  do  romantismo , os termos folhetim e romance chegaram a se identificar, eram praticamente sinônimos. Ao longo do século 19, esses conceitos viriam a conhecer a separação, passando o romance a designar a narrativa de maior complexidade na forma e no conteúdo. Quanto ao folhetim, tornou-se o nome das narrativas cuja essência consiste no enredo passional, de muitas peripécias para entreter o leitor.

         Portanto, a obra citada pertence ao gênero folhetinesco. Aborda  tramas para ilustrar as publicações com a realidade do ser humano: traições, trocas de identidades, infidelidades, violência, o amor,  o desejo, a miséria e as inquietações da alma humana.
3- É comum o romance urbano romântico deter-se na análise de problemas morais e psicológicos,motivo pelo qual acaba sendo, normalmente, um romance de feição introspectiva, psicológica. Pode-se dizer que tal foto ocorre em Memórias... ? O que, basicamente, alimenta a narrativa?
Memórias de um sargento de milícias, a história do filho 'da pisadela e de um beliscão', é narrado em 48 capítulos por um narrador onisciente que orienta a leitura ao longo de toda a obra apontando e comentado as intrigas, os sucessos e os fracassos dos personagens. Se a estrutura narrativa é frágil e pouco organizada, dados os constantes saltos no tempo e no espaço, os comentários do narrador, ora humorísticos, ora irônicos, lhe dão inegável unidade, em que pesem alguns lapsos, como é o caso do personagem Chiquinha, apresentada às vezes como sobrinha e às vezes como filha da comadre.

4- Caracterização do tipo de linguagem empregada:  é culta, jornalística ou coloquial? É a linguagem da época em que a história foi narrada ou da época em que se passa a história?
Jornalística.A linguagem é popularesca, coloquial, mais de acordo com pessoas de nível cultural inferior, pertencente a camadas sociais simples. A linguagem do livro é a mesma utilizada nas ruas do Rio de Janeiro na época em que a obra foi escrita

5- Pesquise:  O que é herói picaresco? Leonardo Filho pode ser considerado um herói picaresco ou apenas um herói malandro? Por quê?
O gênero picaresco – do qual o mais ilustre representante é o romance Lazareto de Tormes – caracteriza-se por narrar, em primeira pessoa, os infortúnios de um pícaro, um garoto inocente e puro que se torna amargo à medida que entra em contato com a dureza das condições de sobrevivência. Por isso procura sempre agradar a seus superiores. O pícaro tem geralmente um destino negativo, acaba por aceitar a mediocridade e acomodar-se na lamentação desiludida, na miséria ou num casamento que não lhe dá prazer algum.

Nenhuma dessas características está presente em "Memórias de um Sargento de Milícias". Leonardo não é inocente. Ao contrário, parece já ter nascido com “maus bofes”, como afirma a vizinha agourenta. Também não é totalmente abandonado, tendo sempre alguém que toma seu partido e procura favorece-lo.
Ele ainda desafia seus superiores, como o mestre-de-cerimônias e o Vidigal. Por fim, Leonardo não encontra um destino negativo, pois se casa com o objeto de sua paixão (Luisinha, a sobrinha de dona Maria), acumulando cinco heranças e granjeando uma promoção com o major Vidigal.

Existem, de fato, algumas semelhanças entre Leonardo e os personagens picarescos. Uma é a atitudeExistem, de fato, algumas semelhanças entre Leonardo e os personagens picarescos. Uma é a atitude inconsequente do protagonista, que o leva, por exemplo, a esquecer-se rapidamente de Luisinha ao conhecer Vidinha. Depois, o amor antigo retorna, mas nada dá a entender que não possa acabar novamente. Essas semelhanças, porém, são superficiais, por isso é problemática a classificação de "Memórias de um Sargento de Milícias" como romance picaresco. 



6- A obra apresenta certo tipo de humor. Caracterize esse tipo de humor.

Presença do humorismo, do ridículo e do burlesco: o tom geral da obra segue a tendência da gozação, marcado que está pela construção de personagens que tendem para o caricatural, para o mais absoluto ridículo. A essa tendência chamamos carnavalização

aqui vocês podem baixar  a obra no Formato pdf 
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1969