Romances de folhetim
Estas
histórias de leitura rápida eram publicadas todos os dias nos jornais em espaços determinados e destinados ao entretenimento, era o Folhetim, gênero
importado da França, e que com o gradual desenvolvimento das cidades, em
especial o Rio de Janeiro, ocasionou a criação de inúmeros jornais diários,
encontrou amplo espaço de publicação na capital do Império, e no interior do
país.
A leitura das publicações de romances de folhetim e
muitos outros costumes influenciaram de uma maneira marcante a formação da
identidade nacional brasileira, que assimilava os modelos europeus e os
adaptava ao nosso cotidiano, em um momento de construção do estilo de vida que
estava sendo adotado pelo povo brasileiro.Nos primeiros momentos do romantismo , os termos folhetim e romance chegaram a se identificar, eram praticamente sinônimos. Ao longo do século 19, esses conceitos viriam a conhecer a separação, passando o romance a designar a narrativa de maior complexidade na forma e no conteúdo. Quanto ao folhetim, tornou-se o nome das narrativas cuja essência consiste no enredo passional, de muitas peripécias para entreter o leitor.
No gênero folhetinesco cabem múltiplas opções de enredo, de assuntos frívolos aos mais sérios, de assuntos que são o tema de conversas particulares aos acontecimentos que interessavam a história, oferecendo aos seus autores infindáveis possibilidades de tramas, para ilustrar as publicações com a realidade do ser humano: traições, trocas de identidades, infidelidades, violência, o amor, o incesto, a loucura, o desejo, a miséria e as inquietações da alma humana.
Levando-se em conta o grande poder de influência que o folhetim passa ter, é bom realçar a importância de seu caráter didático, pois a cada dia aumentava consideravelmente o número de leitores, em sua maioria mulheres, que não tinham acesso a outros tipos de literatura, e foram influenciadas e “formadas” pelas ideologias disseminadas nos enredos dos folhetins, e principalmente pela personalidade e atitudes dos heróis, heroínas, vilões e outros lançadores de modos e modas desta ficção narrativa em prosa publicada aos pedaços no jornal cotidiano.
fonte de pesquisa
Ana Lúcia Silva Resende de Andrade Reis (Mestranda em Letras – UFSJ) e Profª Drª Claudia Braga (Orientadora)
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