segunda-feira, 15 de junho de 2015

QUESTÕES - MODERNISMO NO BRASIL - 1a FASE

MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA. Oswald de Andrade: o culpado de tudo.27 set. 2011 a 29 jan. 2012. São Paulo: Prol Gráfica, 2012.
     Questão 1 -O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de que a brasilidade está relacionada ao futebol. Quanto à questão da identidade nacional, as anotações em torno dos versos constituem
     a) direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de dados histórico-culturais.
     b) forma clássica da construção poética brasileira.
     c) rejeição à ideia do Brasil como o país do futebol.
     d) intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de leitura poética.
     e) lembretes de palavras tipicamente brasileiras substitutivas das  originais.

     Questão 2- Erro de português
                  Quando o português chegou
                         Debaixo de uma bruta chuva
                         Vestiu o índio
                         Que pena!
                         Fosse uma manhã de sol
                         O índio tinha despido
                                        Oswald de Andrade
     Sobre o poema de Oswald de Andrade, estão corretas as seguintes proposições:
     I. Faz uma crítica contra a colonização portuguesa na Brasil. Essa crítica pode ser confirmada a partir do título do poema, o qual contém uma ambiguidade intencional.
     II. Nesse poema, a temática do relacionamento amoroso é abordada de maneira inovadora, distante da idealização romântica proposta pelos ultrarromânticos.
     III. O poema utiliza elementos como o humor, a ironia e o sarcasmo para relatar a chegada do português em terras brasileiras.
     IV. Apropria-se de uma linguagem simples e prosaica para fazer uma reflexão profunda e complexa.
     V. No poema de Oswald nota-se a preocupação com a métrica, a versificação e a rima, embora o conteúdo do poema seja inovador.
      a) I, II e IV.
  b) II, III e V.  c) I, III e IV.d) III e IV,
  e) II e V.

Questão 3 – O trovador
Sentimentos em mim do asperamente
dos homens das primeiras eras...
As primaveras do sarcasmo
intermitentemente no meu coração arlequinal...
Intermitentemente...
Outras vezes é um doente, um frio
na minha alma doente como um longo som redondo...
Contabona! Cantabona!
Dlorom...
Sou um tupi tangendo um alaúde!
                                                 Mário de Andrade.

Arlequinal – palhaço, farsante
Tanger - toque (de um instrumento musical)
Alaúde - instrumento musical da família dos cordofones
Cabe  ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente na prosa e na poesia de Mário de Andrade. Em O trovador, esse aspecto é
A- Abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal” que, evocando o carvanal, remete à brasilidade.
B- Verificando já no título, que remete aos repentistas nordestinos,estudados por Mário de Andrade em suas viagens e pesquisas folclóricas.
C- Lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como“Sentimentos em mim do asperamente” (v.1), “frio” (v. 6), “alma doente”(v. 7), como pelo som triste do alaúde “Dlorom” (v. 9).
D- Problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese nacional que seria proposta no Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade.
E- Exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras” para mostrar o orgulho brasileiro por suas raízes indígenas.

Questão 4 – POEMA DO BECO
Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do                                                                                                                                                  horizonte?
- O que vejo é o beco.
                                                       Manuel Bandeira

  1. A-       Do que é possível depreender do ‘poema do beco’, qual é o estado de ânimo do eu lírico? Justifique sua resposta.

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  1. B-      No poema, a palavra ‘Glória’ vem grafada com letra maiúscula, representando um tradicional bairro carioca. É possível entender o termo ‘glória’ também no sentido de prestigio, fama? Por quê?

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  1. C-      Há no poema uma oposição entre imagem do ‘beco’ e ‘A Glória, baía, linha do horizonte’. Explique em que consiste essa oposição.

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  1. D-     O termo ‘beco’ não indica somente uma rua sem saída, mas, conotativamente, sugere outras leituras. O que mais pode significar ‘beco’ no contexto do poema?

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  1. E-  -  De que modo a escolha por focalizar o beco reafirma as opções poéticas dos modernistas de 22?

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Questão 5 – Porquinho da índia
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho da índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava.
Queria era estar debaixo do fogão!
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...
- O meu porquinho da índia foi a minha primeira     namorada.
                                             Manuel Bandeira
A -Aponte dois aspectos de estilo que estejam relacionados ao tema da infância? Explique.
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    B- Qual é o elemento comum entre a experiência infantil e a experiência mais adulta presentes no poema? Explique.
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GABARITO
          

  1.      A
  2.    C
  3.    E
  4.   -  A- o eu lírico esta desanimado , triste, entediado, sem perspectiva. O fato de ele ver apenas o beco – rua estreita e curta, muitas vezes sem saída – é o que afirma a sua melancolia.

          B-sim. As paisagens grandiosas anunciadas – o bairro da Gloria, a baía – da Guanabara - , a linha do horizonte – são gloriosas, tem charme e prestigio.

           C-o eu lírico cria uma oposição entre essas duas imagens para evidenciar seu estado de espirito – de depressão, de desalento, de tristeza. Pelo modo como o poema foi construído, pose-se inferir que o eu lírico tem diante de si uma paisagem bela – a GLORIA, A BAÍA, A LINHA DO HORIZONTE,  mas ele apenas consegue ver o beco.

             D-pode significar a falta de sentido, a impossibilidade de se continuar algo, a tristeza do eu lírico.
            E-os modernistas de 22 levam a poesia ás ruas, buscam A TEMÁTICA cotidiana, prosaica. A escolha do beco em vez de grandes símbolos reflete essa opção.

5  - A- uso do diminutivo para expressar afeto, a coloquialidade presente na expressão ‘dor de coração’ , a opção por um registro informal de linguagem em ‘levava ele’ e ‘pra os lugares’ – em vez de levava-o e para os lugares, conforme a gramatica normativa.

      B-o elemento comum é a rejeição. Tanto o bicho de estimação do eu lírico quando criança quanto a namorada com se relaciona na idade adulta rejeitam suas ‘ternurinhas’, seu carinho.  




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