MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA. Oswald de Andrade: o
culpado de tudo.
27 set. 2011 a
29 jan. 2012. São Paulo: Prol Gráfica, 2012.
Questão 1 -O poema de
Oswald de Andrade remonta à ideia de que a brasilidade está relacionada ao
futebol. Quanto à questão da identidade nacional, as anotações em torno dos
versos constituem
a) direcionamentos possíveis para uma leitura
crítica de dados histórico-culturais.
b) forma clássica da construção poética
brasileira.
c) rejeição à ideia do Brasil como o país do
futebol.
d) intervenções de um leitor estrangeiro no
exercício de leitura poética.
e) lembretes de palavras tipicamente brasileiras
substitutivas das originais.
Questão 2- Erro de português
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
Oswald de Andrade
Sobre o poema
de Oswald de Andrade, estão corretas as seguintes proposições:
I. Faz uma
crítica contra a colonização portuguesa na Brasil. Essa crítica pode ser
confirmada a partir do título do poema, o qual contém uma ambiguidade
intencional.
II. Nesse
poema, a temática do relacionamento amoroso é abordada de maneira inovadora,
distante da idealização romântica proposta pelos ultrarromânticos.
III. O poema
utiliza elementos como o humor, a ironia e o sarcasmo para relatar a chegada do
português em terras brasileiras.
IV. Apropria-se
de uma linguagem simples e prosaica para fazer uma reflexão profunda e
complexa.
V.
No poema de Oswald nota-se a preocupação com a métrica, a versificação e a
rima, embora o conteúdo do poema seja inovador.
a) I, II e IV.
b) II, III e V.
c) I, III e IV.
d) III e IV,
e) II e V.
Questão 3 – O trovador
Sentimentos em mim do asperamente
dos homens das primeiras eras...
As primaveras do sarcasmo
intermitentemente no meu coração
arlequinal...
Intermitentemente...
Outras vezes é um doente, um frio
na minha alma doente como um longo
som redondo...
Contabona! Cantabona!
Dlorom...
Sou um tupi tangendo um alaúde!
Mário de Andrade.
Arlequinal – palhaço,
farsante
Tanger - toque (de um instrumento musical)
Alaúde - instrumento musical da família dos cordofones
Cabe ao Modernismo, a questão da identidade nacional
é recorrente na prosa e na poesia de Mário de Andrade. Em O trovador, esse
aspecto é
A- Abordado subliminarmente,
por meio de expressões como “coração arlequinal” que, evocando o carvanal,
remete à brasilidade.
B- Verificando já no título,
que remete aos repentistas nordestinos,estudados por Mário de Andrade em suas
viagens e pesquisas folclóricas.
C- Lamentado pelo eu lírico, tanto
no uso de expressões como“Sentimentos em mim do asperamente” (v.1), “frio” (v.
6), “alma doente”(v. 7), como pelo som triste do alaúde “Dlorom” (v. 9).
D- Problematizado na oposição
tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese nacional que seria
proposta no Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade.
E- Exaltado pelo eu lírico, que
evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras” para mostrar o orgulho
brasileiro por suas raízes indígenas.
Questão 4 – POEMA DO BECO
Que importa a paisagem, a
Glória, a baía, a linha do horizonte?
- O que vejo é o beco.
Manuel Bandeira
- A- Do que é possível depreender do ‘poema do beco’, qual é o estado de ânimo do eu lírico? Justifique sua resposta.
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- B- No poema, a palavra ‘Glória’ vem grafada com letra maiúscula, representando um tradicional bairro carioca. É possível entender o termo ‘glória’ também no sentido de prestigio, fama? Por quê?
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- C- Há no poema uma oposição entre imagem do ‘beco’ e ‘A Glória, baía, linha do horizonte’. Explique em que consiste essa oposição.
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- D- O termo ‘beco’ não indica somente uma rua sem saída, mas, conotativamente, sugere outras leituras. O que mais pode significar ‘beco’ no contexto do poema?
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- E- - De que modo a escolha por focalizar o beco reafirma as opções poéticas dos modernistas de 22?
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Questão 5 – Porquinho da índia
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho da índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria
estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos
mais limpinhos
Ele não gostava.
Queria era estar debaixo do
fogão!
Não fazia caso nenhum das
minhas ternurinhas...
- O meu porquinho da índia foi
a minha primeira namorada.
Manuel Bandeira
A -Aponte dois
aspectos de estilo que estejam relacionados ao tema da infância? Explique.
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B- Qual é o elemento comum
entre a experiência infantil e a experiência mais adulta presentes no poema? Explique.
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GABARITO
- A
- C
- E
- - A- o eu lírico esta desanimado , triste, entediado, sem perspectiva. O fato de ele ver apenas o beco – rua estreita e curta, muitas vezes sem saída – é o que afirma a sua melancolia.
B-sim. As paisagens grandiosas anunciadas –
o bairro da Gloria, a baía – da Guanabara - , a linha do horizonte – são
gloriosas, tem charme e prestigio.
C-o eu lírico cria uma oposição entre essas
duas imagens para evidenciar seu estado de espirito – de depressão, de
desalento, de tristeza. Pelo modo como o poema foi construído, pose-se inferir
que o eu lírico tem diante de si uma paisagem bela – a GLORIA, A BAÍA, A LINHA
DO HORIZONTE, mas ele apenas consegue
ver o beco.
D-pode significar a falta de sentido, a
impossibilidade de se continuar algo, a tristeza do eu lírico.
E-os modernistas de 22 levam a poesia ás
ruas, buscam A TEMÁTICA cotidiana, prosaica. A escolha do beco em vez de
grandes símbolos reflete essa opção.
5 - A- uso do diminutivo para expressar
afeto, a coloquialidade presente na expressão ‘dor de coração’ , a opção por um
registro informal de linguagem em ‘levava ele’ e ‘pra os lugares’ – em vez de
levava-o e para os lugares, conforme a gramatica normativa.
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